Fragilidade

Embriagada entre risos tolos
Sufoco a lágrima que teima em gotejar
Numa postura firme de fortaleza intacta
Escondo a fragilidade de uma pétala
Que facilmente cai ao se tocar

Teimo em ser forte
Quando me sinto fraca
Minha face serena não deixa transparecer
O grito desesperado que calo em meu ser
Minhas palavras como máscaras dantescas
Escondem a dor latente que arde sem cessar

Ouço vozes que ecoam no silêncio da minha alma inquieta
E às vezes sinto uma calma insana
Como se a palma de uma mão de imensuráveis proporções me acolhesse
E num passe de mágica me erguesse em direção aos céus

Às vezes, sinto-me só entre tantos que me rodeiam.
Pois como fortaleza intacta que me fizeram ser
Não posso fraquejar e nem deixar cair a máscara da serenidade
Sinto agora uma vontade imensa de gritar vorazmente tal qual um louco em crise:
— Sou humana, e que me perdoem todos os que me cobram esse equilíbrio divinal.

08/04/08